No Brasil, a cobertura midiática tem se concentrado intensamente em figuras específicas do cenário político, notadamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto isso, escândalos de proporções significativas, como o caso do Consórcio Nordeste, parecem ter sido relegados a um segundo ou terceiro plano.
A hipocrisia da cobertura midiática fica evidente quando se observa a discrepância entre a atenção dada a certos casos em detrimento de outros que são muito mais relevantes.
A Esfinge da Hipocrisia Midiática
Rui Costa, atual Ministro da Casa Civil no governo Lula, encontra-se sob o escrutínio público devido às investigações sobre um suposto desvio de R$ 48 milhões na compra de respiradores durante a pandemia de Covid-19.
Esta situação envolve não apenas uma considerável soma de dinheiro público, mas também o uso de uma empresa com atuação no comércio de produtos à base de maconha, a Hempcare, que falhou em entregar os equipamentos após o pagamento antecipado.
Apesar da gravidade dos fatos, a mídia silencia caso consórcio, desviando o foco para questões que, embora também importantes, não deveriam ofuscar investigações de possível corrupção em larga escala.
O pior de tudo isso é que eles conseguem ter a audácia de jogar a culpa das mortes das pessoas que não tiveram acesso a esses respiradores na conta do Bolsonaro.
Discrepância na Cobertura dos Escândalos
A operação da Polícia Federal, que trouxe à tona este esquema, destaca crimes licitatórios, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa. No entanto, a cobertura deste caso é superficial quando comparada à atenção dispensada ao cartão de vacinação de Bolsonaro ou aos presentes recebidos de autoridades sauditas.
Essa disparidade na cobertura levanta questionamentos sobre o papel da imprensa na formação da opinião pública e na fiscalização dos poderes.
Ironias e Silêncios
É irônico que, enquanto se questiona a integridade de Bolsonaro em relação a vacinas e joias, um caso de desvio milionário não receba a mesma atenção.
Sejamos claros: Por qual motivo os dois casos não são investigados com o mesmo rigor? No entanto, o silêncio em torno do Consórcio Nordeste sugere uma seletividade que não condiz com o ideal de um jornalismo imparcial e comprometido com a verdade.
A Voz das Autoridades e o Eco do Silêncio
As palavras de autoridades e figuras políticas sobre o caso do Consórcio Nordeste não ganham a repercussão necessária. Rui Costa, por exemplo, afirmou desconhecer os detalhes do contrato, mas a sua posição de liderança na época dos contratos sugere que deveria estar mais ciente das operações.
A mídia ignora essas nuances, optando por uma narrativa mais conveniente, mas o importante é que o amor venceu.
Rede Globo e os Recursos Públicos: Uma Relação a Ser Reavaliada
A Rede Globo tem historicamente figurado como uma das principais destinatárias de verbas publicitárias do governo federal. Este investimento é frequentemente justificado pela necessidade de informar a população sobre campanhas governamentais. No entanto, a concentração desses recursos em um único conglomerado de mídia levanta questões sobre transparência e equidade na distribuição de verbas públicas.
Durante a presidência de Jair Bolsonaro, houve uma notável redução nos recursos destinados à Globo, aumentando as tensões entre o ex-presidente e a emissora. Bolsonaro cortou essas verbas como resposta ao que considerava desproporcional e injusto em um país pobre como o Brasil.
Este corte destacou a dependência das grandes emissoras em relação aos recursos públicos, além de fomentar o debate sobre a real necessidade de tais investimentos.
A principal questão é por que o governo gasta substanciais recursos em propaganda, especialmente quando há outras prioridades como saúde e educação. Embora certas campanhas sejam necessárias, a magnitude dos investimentos em empresas já lucrativas suscita dúvidas. Diversificar a alocação dessas verbas para incluir mídias regionais e independentes poderia promover maior equidade e transparência.
Concluindo, o corte de verbas na gestão Bolsonaro serviu para iluminar a necessidade de reavaliar a gestão dos recursos públicos na comunicação governamental.
O Que a Sociedade Merece Saber
A sociedade brasileira merece uma cobertura jornalística que vá além das manchetes sensacionalistas e explore a fundo todos os casos de interesse público.
O desvio de R$ 48 milhões não é um assunto menor e deve ser tratado com a seriedade que merece. A omissão da imprensa em cobrir o caso do Consórcio Nordeste de forma adequada é um desserviço à democracia e ao dever de informar.
A Necessidade de um Jornalismo Justo
Enquanto o foco permanece desproporcionalmente sobre Bolsonaro, questões como a fraude dos respiradores passam despercebidas, subestimando a inteligência do público e desvalorizando a missão jornalística. É essencial que o jornalismo retome seu compromisso com a verdade e a justiça, explorando todos os lados da história e não apenas aqueles que se encaixam em narrativas pré-estabelecidas.
No final das contas, a pergunta que fica é: por que a mídia escolhe ignorar um escândalo de tamanha gravidade? A resposta pode estar no complexo jogo de interesses políticos e econômicos que permeia as relações entre mídia e poder.
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